Sociedades de Advocacia: Como Evitar Problemas com o Pró-Labore e Distribuição de Lucros
Muitos advogados que atuam como sociedade de advocacia desconhecem as regras fiscais sobre pró-labore e distribuição de lucros. Essa falta de conhecimento pode gerar problemas com a Receita Federal, resultando em autuações, multas e aumento da carga tributária.
Para garantir que sua sociedade de advocacia esteja em conformidade e pague menos impostos dentro da legalidade, é essencial compreender as diferenças entre esses dois tipos de remuneração e como utilizá-los de maneira estratégica.
Pró-Labore e Distribuição de Lucros: Qual a Diferença?
Dentro de uma sociedade de advocacia, sócios podem receber sua remuneração de duas formas principais:
- Pró-labore: É o valor pago ao sócio pelo trabalho realizado dentro da empresa. Esse rendimento é tributado pelo INSS e, dependendo do valor, também pode sofrer incidência de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
- Distribuição de Lucros: Refere-se à parcela dos lucros da empresa que é dividida entre os sócios. Esse valor pode ser isento de imposto de renda, desde que a contabilidade esteja regular e que os lucros sejam devidamente apurados nos demonstrativos financeiros da empresa.
O grande erro de muitas sociedades de advocacia é distribuir todo o faturamento como lucros sem definir um pró-labore, o que pode levar à reclassificação dos valores pela Receita Federal e à cobrança de impostos retroativos.
Riscos de Não Definir um Pró-Labore Adequado
A Receita Federal tem intensificado a fiscalização sobre empresas que não estabelecem pró-labore para seus sócios. Os principais riscos incluem:
- Autuação e Recolhimento Retroativo de INSS: Se a Receita entender que não houve pagamento de pró-labore, pode exigir o pagamento retroativo da contribuição previdenciária sobre os valores retirados.
- Multas e Juros: O não recolhimento do INSS sobre pró-labore pode gerar multas que variam entre 75% e 225% do valor devido, além de juros acumulados.
- Descaracterização da Sociedade: A Receita pode considerar que a empresa não está cumprindo os requisitos para ser uma sociedade de advocacia e exigir a mudança no regime de tributação.
Para evitar esses problemas, é fundamental definir um pró-labore adequado e manter a contabilidade regular.
Como Definir um Pró-Labore Estratégico?
O pró-labore deve ser estabelecido considerando alguns fatores, como:
- Valor de mercado da função exercida pelo sócio: O valor deve ser compatível com a remuneração de um advogado no mercado, levando em conta o porte da empresa e o faturamento.
- Capacidade financeira da empresa: O pró-labore não pode comprometer a saúde financeira da sociedade, devendo ser ajustado conforme a necessidade.
- Impacto na carga tributária: Como o pró-labore é tributado pelo INSS e, dependendo do valor, pelo IRRF, ele deve ser equilibrado para otimizar os impostos pagos.
Um erro comum é definir um pró-labore muito baixo ou inexistente para tentar economizar impostos. Essa prática pode ser interpretada como sonegação fiscal, trazendo riscos para a sociedade de advocacia.
Distribuição de Lucros de Forma Segura
Uma das grandes vantagens de formalizar uma sociedade de advocacia é a possibilidade de distribuir lucros isentos de imposto de renda. No entanto, para garantir essa isenção, é necessário cumprir algumas exigências:
- Manter a contabilidade regular: A empresa deve registrar corretamente todas as receitas e despesas, garantindo a apuração exata dos lucros.
- Emitir balanço patrimonial e demonstrativo de resultados: Esses documentos são essenciais para comprovar que a empresa tem lucro suficiente para distribuição.
- Registrar as retiradas de lucros: A distribuição de lucros deve ser formalizada em documentos internos da empresa, garantindo que os valores não sejam reclassificados como pró-labore pela Receita Federal.
Uma sociedade que não mantém a contabilidade correta pode ter sua distribuição de lucros questionada pela Receita, o que pode resultar na tributação integral dos valores recebidos pelos sócios.
Como Reduzir a Carga Tributária na Sociedade de Advocacia?
Além de equilibrar pró-labore e distribuição de lucros, outras estratégias podem ser aplicadas para reduzir impostos de forma legal:
- Escolher o melhor regime tributário: Dependendo do faturamento, uma sociedade de advocacia pode ser tributada pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada opção tem impactos diferentes na carga tributária.
- Aproveitar benefícios fiscais do Simples Nacional: Para algumas sociedades de advocacia, o Simples Nacional pode ser vantajoso, com alíquotas menores e um sistema mais simples de apuração de impostos.
- Planejar a retirada de valores de forma estratégica: A divisão entre pró-labore e distribuição de lucros deve ser feita de maneira equilibrada para otimizar a tributação.
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A correta definição do pró-labore e da distribuição de lucros pode garantir que sua sociedade de advocacia pague menos impostos e evite problemas com a Receita Federal.
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