Advogados: Como Definir o Pró-Labore e Distribuir Lucros Sem Comprometer a Receita do Escritório
Em uma sociedade de advocacia, definir corretamente o pró-labore dos sócios e organizar a distribuição de lucros não é apenas uma questão de formalidade: trata-se de um ponto-chave para manter a saúde financeira do escritório, evitar problemas com a Receita Federal e garantir uma remuneração justa e estratégica para os sócios.
Neste artigo, você entenderá a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros, os riscos de ignorar essa separação, e como estruturar ambos de forma inteligente para pagar menos impostos sem comprometer o caixa do escritório.
O Que É Pró-Labore?
Pró-labore é a remuneração mensal obrigatória dos sócios que exercem atividades na empresa. Diferente da distribuição de lucros, ele é tributado e deve ser registrado na folha de pagamento da empresa.
Tributação sobre o pró-labore:
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INSS do sócio: 11% (limitado ao teto do INSS);
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INSS patronal: 20% (para empresas fora do Anexo IV do Simples ou no Lucro Presumido);
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IRRF: se ultrapassar a faixa de isenção da tabela progressiva.
Mesmo sendo um custo adicional, o pagamento do pró-labore é obrigatório para garantir a legalidade da empresa e permitir a distribuição de lucros com isenção.
E a Distribuição de Lucros?
Após o pagamento de todas as obrigações fiscais e do pró-labore, os sócios podem distribuir os lucros da sociedade. Se a empresa estiver com a contabilidade regular, esses valores são:
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Isentos de Imposto de Renda, desde que estejam respaldados nos demonstrativos contábeis (DRE e balanço patrimonial);
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Não incidem INSS nem IRRF sobre os valores distribuídos;
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Podem ser retirados periodicamente, conforme acordado entre os sócios (mensal, trimestral, anual, etc.).
Erros Comuns ao Definir o Pró-Labore em Escritórios de Advocacia
- Não pagar pró-labore
Muitos escritórios fazem apenas retiradas informais sem qualquer registro. Isso pode gerar autuações fiscais, já que a Receita pode reclassificar toda a movimentação como remuneração tributável com INSS retroativo + multa + juros.
- Definir pró-labore muito alto ou incompatível
Um pró-labore muito alto pode comprometer o caixa do escritório e gerar carga tributária desnecessária. Por outro lado, um valor muito baixo pode chamar a atenção do fisco se o faturamento for elevado.
- Distribuir lucros sem contabilidade
Para a distribuição de lucros ser legalmente isenta de IR, é necessário ter uma contabilidade em dia, com balancetes, DRE e livro diário.
Qual o Valor Ideal de Pró-Labore?
Não existe uma fórmula exata, mas boas práticas incluem:
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Basear-se em pesquisa de mercado sobre remuneração de profissionais com a mesma experiência e carga horária;
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Avaliar a capacidade de caixa da empresa, considerando despesas fixas e sazonais;
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Manter o pró-labore em um patamar que permita a aplicação do Fator R, se o objetivo for pagar alíquota reduzida no Simples Nacional.
Distribuição de Lucros: Como Fazer Corretamente
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Mantenha a contabilidade atualizada;
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Faça a apuração periódica dos lucros líquidos;
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Registre a decisão da distribuição em ata ou contrato social, se necessário;
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Formalize os pagamentos com comprovantes e lançamentos contábeis;
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Evite confundir distribuição de lucros com antecipações sem base contábil.
Simples Nacional x Lucro Presumido: Impacto no Pró-Labore e Lucros
Regime Tributário | INSS Patronal | Pró-labore obrigatório | Distribuição de lucros isenta | Complexidade |
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Simples Nacional (Anexo IV) | Sim (20%) | Sim | Sim | Média |
Lucro Presumido | Sim (20%) | Sim | Sim | Alta |
Em ambos os regimes, o pagamento do pró-labore continua sendo obrigatório para que a distribuição de lucros seja considerada legal e isenta.
Equilíbrio é a Chave para Sustentabilidade Financeira
Definir o pró-labore adequado e organizar corretamente a distribuição de lucros é essencial para que o escritório de advocacia:
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Pague menos impostos de forma legal;
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Mantenha os sócios bem remunerados;
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Evite problemas com a Receita Federal;
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Garanta fluxo de caixa saudável.
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